O papel da empresa amiga da diversidade

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Há um limite bem tênue entre as dimensões da pessoalidade e do profissionalismo, em um grau maior ou menor a depender das condições de cada ser humano em sua individualidade e da sua forma de se colocar no seu ambiente de trabalho, seja por meio de suas colocações entre seus pares, na lida com os empregadores, ou ainda na interação com os clientes.
Com os avanços internacionais nas questões de direitos humanos e na sedimentação destas ideias por meio de políticas públicas internas, as pessoas oriundas de grupos vulneráveis, que sofreram e ainda sofrem muito com o ostracismo social, ascenderam felizmente ao mercado de trabalho.
Por outro lado, questiona-se ainda o quão difícil é a permanência destas pessoas que sofrerem de preconceito, violência, discriminação, intolerância nos novos empregos nas mais diferentes áreas de atuação, e é fundamental que as empresas se conscientizem de que estas pessoas são em verdade valiosas para o seu quadro de funcionários.


Num primeiro momento, é muito válido que as empresas tenham um relacionamento muito aberto e franco com os setores de contratação, indicando funcionários para as entrevistas que sejam capazes de serem empáticos com os entrevistados, isto é, entenderem as suas condições pessoais sem os julgar com base em preconceitos. Desconstruindo, portanto, um perfil pessoal e valorizando a ética, eficiência e valores profissionais.
Soa demasiado óbvio, não obstante, na realidade milhares de pessoas se veem ignoradas pelas empresas tendo em vista a sociedade intrinsecamente opressora em que estão inseridos. Daí, o papel fundamental da função social empresarial. O de empoderar os seus funcionários, e não só isto, mas também de diversificar as pessoas que a compõem de uma forma ou de outra.
Assim, também incumbe às empresas criarem políticas internas de combate às opressões e de readequação social das pessoas que se apresentam profissionalmente com uma carga destrutiva de preconceitos. E não bastasse isto, também qualificar a todas e todos para que os clientes recebam um tratamento isonômico e polido, sem importar as suas condições, ideologias, percepções.
É razoável que as empresas se diversifiquem para se melhorarem e atenderem a demanda de progresso social nas questões de direitos humanos dos grupos vulneráveis, e tendo isto em vista, hoje há políticas públicas que incentivam a contratação, permanência, promoção das pessoas com equidade.
Todavia, também há leis que punem severamente as empresas e seus empregados por agirem entre si ou com clientes de maneira violenta, discriminatória, intolerante, preconceituosa.
Um ambiente de trabalho que educa, protege e dá segurança para empregadores e empregados é tão salutar quanto o próprio crescimento financeiro e econômico destas empresas.
De igual forma, iniciativas de premiação e reconhecimento das empresas que são verdadeiras amigas da diversidade humana têm sortido grandes efeitos como um considerável sinal de boa-fé, ética e tolerância.
O programa "EMPRESA AMIGA DA DIVERSIDADE" de iniciativa da 116ª Subseção da OAB Jabaquara/Saúde promove periodicamente a premiação de empresas que desempenham um papel satisfatório no que diz respeito à diversidade humana.
Todas e todos devem trabalhar conscientemente para o enfrentamento da profunda crise humanitária, política, econômica, social e moral que o país enfrenta. Este empoderamento exige concessões e desconstruções.
As empresas que ainda não possuem profissionais qualificados com a demanda da diversidade de pessoas devem, assim, procurar órgãos públicos ou instituições que promovam o debate interno e criem políticas internas, como grupos de discussão e desdobramento dos conhecimentos.
É falando sobre diversidade, tolerância, respeito e aceitação do outro como um ser humano que as empresas avançam no cumprimento de sua função social e crescem exponencialmente pelo bom desempenho de funcionários empoderados e felizes.

Hugo Rafael Soares
Advogado

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